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Poema: A lição que a morte deu

um homem idoso segurando um buquê de flores num cemitério
Ontem vi uma pessoa 
Chorando por um ente seu.
Com angústia lamentava
Que há tempos não estava
Visitando sua família. 
E quão grande foi a dor
Quando enfim compareceu.

Aguardava encontrá-los,
Dar um cheiro e abraçá-los,
Sentar juntos lá na sala
E tomar um cafézinho,
Colocar o assunto em dia,
Se lembrar dos velhos tempos
Que outrora já viveu.

Mas chegando na casinha
Ela se surpreendeu
Com tamanha multidão.
O cenário muito triste,
Tinha gente soluçando,
Todo mundo pranteando
A vida que se perdeu.

Foi então que aprendi
A lição que a morte deu.
Há pessoas tão queridas
Que a gente conviveu.
Em momentos agradáveis,
Com lembranças memoráveis
Que com o tempo se perdeu.

É melhor nesse presente
Dar um cheiro e abraçar,
Estar junto e partilhar
Horas boas e ruins.
Pois depois que chega o fim
Não vai mais adiantar,
O que resta é lamentar.

Esperar cicatrizar
a ferida que se abriu
Não é fácil, doi demais.
E a pouca paz que havia 
A saudade destruiu.
Como é triste não ter perto
A pessoa que partiu.

Cada vez que alguém se vai
É tão sábio refletir
Na lição que se aprendeu.
Se questione, se exorte,
Pois depois que chega a morte
Fica apenas o legado
Que a pessoa escreveu.

E por isso meu amigo
Não esperarei saudade.
Cada oportunidade 
De mostrar o meu amor
Aproveitarei na hora,
Pois depois que eu for embora
Nada mais eu poderei.

Talvez seja ironia,
Que na hora da agonia
Algo bom se aprendeu.
Na jornada desta vida
Viverei completamente,
Aplicando plenamente 
A lição que a morte deu.

Se eu tiver dificuldades
Não desisto facilmente.
Pois com toda minha força,
Meu amor e minha mente
Eu construirei  o bem, 
Escrevendo uma história
Pra durar eternamente!
                     
        

Por Carlos Magno Bandeira Dos Santos


Jaboatão dos Guararapes, 31 de dezembro de 2024


"Apenas os vivos podem receber amor. O tempo não volta atrás. Então viva, realize, ame e seja amado."


Para reflexão: Eclesiastes 7:1-4; 9:10; Romanos 8:38,39.