Minha querida princesinha,
Não sou bom em poesia,
Muito menos em rimar.
Mas um verso de amor
pra você eu vou tentar:
2010, eu estava bem focado
No serviço do Salão.
Eu olhava só pra frente.
Não olhava pras meninas,
Protegendo o coração.
Em 2011 prometi a Jeová:
“Só depois de ancião
Eu queria me casar”.
Tudo foi acontecendo
Como tinha planejado.
2012 chegou,
Logo fui designado.
Deus ouviu um dos pedidos,
Fiquei muito comovido
E bastante animado.
Só faltava o segundo.
E agora, que esposa
Jeová me reservava?
Não queria qualquer uma,
E por isso eu esperava.
Mas eu tinha confiança
Que meu Deus sabia bem
O que eu tanto precisava.
Fui durante uma construção
No Salão de Assembléias,
Essa moça eu conhecia
Mas não tive a ideia.
Apoiava o Salão
E também a Construção,
O seu zelo era evidente,
Ela era atraente,
Era mulher de palavra,
Mas também era de ação.
Dois casais nos ajudaram,
Sutilmente e com cuidado,
Tanto a mim como a ela.
Entendi que o meu Deus
Indicava o caminho
E depois de tantas vezes
Fugindo pra estar sozinho
Decidi dar um passo
Numa noite no Salão.
Peguei uma água de côco,
Coloquei na sua mão,
Perguntei: "Quais são seus alvos?"
Ela olhou-me assustada.
Nunca antes conversamos,
Mesmo assim me respondeu,
Apesar de admirada.
Depois disso acabou-se,
Nada mais eu lhe falei,
Eu fui só observando.
Seu jeitinho alegre e simples
Logo foi me conquistando.
Muito tempo se passou.
Então se concretizou
Dentro do meu coração
O desejo de falar-lhe.
Mas e a oportunidade?
Parecia não chegar
E a minha ansiedade?
Só fazia aumentar
Foi então que a minha irmã
Decidiu ir em Belém.
Precisava de uma guia
E eu escolhi quem?
Fui falar com a Raquel
E pedir hospedagem,
Para passear com ela
E mostrar-lhe a cidade.
Minha irmã "pegou no ar"
O que estava acontecendo.
Ela disse: "Aja logo
Pra não acabar perdendo".
Mas foi só numa viagem
Voltando do Marajó
Que então tomei coragem
De falar-lhe finalmente.
O cenário era o pior,
Nada tinha de decente:
Coletivo para a balsa
Entupido de gente.
Tinha homem sem camisa,
Gente suja e suada,
E o que a gente respirava
Era plena suvaqueira
E catinga de aguardente.
Nesta cena de horror,
Eu sentado atrás dela.
Dei-lhe um toque no ombro esquerdo
E fui logo perguntando:
“Notei que você gosta de mim,
É o que venho observando,
É verdade sim, ou não?
Só queria confirmar!”
Me olhando atravessado,
Ela disse: “É verdade”.
Imbuído de coragem
Foi minha vez de afirmar:
“Também gosto de você.
Não tem mais o que dizer,
Você quer me namorar?”
Ela disse: “Certamente”.
Mas chegou no terminal,
A conversa foi cortada.
O povo subindo na balsa,
E ela ainda assustada...
Mas continuou o papo,
Nós fizemos um acordo.
Eu falei: “Me dê 6 meses
Pra que eu possa confirmar
O que sinto aqui dentro.
Quando acabar esse tempo
Se o amor for verdadeiro,
Vou correndo te encontrar”.
Ela disse: “Com certeza!
Eu espero com carinho”.
Lá no fundo ela pensava:
“...Um partido como esse,
Não achei em meu caminho
Com certeza vale a pena
Aguardar mais um pouquinho”.
Mas seis meses foi demais.
Não consegui esperar.
Ao fim de quatro meses
Decidi lhe procurar.
Fui pedir a sua mão,
Na presença da família
Para oficializar.
Esse foi o meu pedido.
A história foi contada.
Foi melhor eu esperar,
E não me precipitar.
Por confiar em Jeová
Ele me abençoou
Com uma linda namorada.
Por Carlos Magno Bandeira Dos Santos
Jaboatão dos Guararapes, 1° de Junho de 2020
“Dedicado à Raquel, o amor de minha vida.”